Chernobyl: o colapso que chocou o mundo e virou fenômeno da HBO
por Rodrigo Pontes | 27 de Outubro de 2025
O caos retratado com perfeição cinematográfica
Ora, ora, quem temos aqui? Eu sou o Super 8, e hoje vamos mergulhar — com máscara de gás, por favor — em uma das séries mais intensas da HBO: Chernobyl. Um desastre nuclear tão absurdo que até o roteirista precisou respirar fundo pra escrever sem tremer o teclado.
Lançada em 2019, a minissérie revive o pior acidente nuclear da história, ocorrido em 1986 na Ucrânia, então parte da União Soviética. Mas não espere uma aula de física chata — isso aqui é uma montanha-russa emocional envolta em poeira radioativa.
O roteiro de Craig Mazin e a direção de Johan Renck transformaram um evento trágico em uma obra-prima tensa e visualmente impecável. A HBO não apenas recontou o desastre — ela nos fez sentir o peso de cada decisão errada, cada mentira e cada explosão simbólica.
1. A verdade por trás da radiação
Baseada em extensas pesquisas e no livro “Voices from Chernobyl”, de Svetlana Alexievich, a série mistura fatos históricos com dramatização intensa. E olha, a mistura é tão potente quanto o próprio reator número 4.
O cientista Valery Legasov (interpretado magistralmente por Jared Harris) se torna a bússola moral da narrativa, tentando equilibrar ciência e ética em meio ao caos. Spoiler? Não, aqui é só o início do pesadelo.
Enquanto o governo soviético tentava esconder a tragédia, o mundo inteiro sentia a radiação no ar — literalmente. A série captura esse silêncio político com uma tensão que dá arrepios.
E convenhamos: a HBO fez um trabalho quase radioativo de tão brilhante em mostrar o custo humano da negação e do orgulho estatal.
O início do caos entre botões e alarmes
2. Heróis invisíveis e o preço do silêncio
Enquanto alguns fugiam da verdade, outros caminhavam direto para o perigo. Os bombeiros e operários que enfrentaram o fogo radioativo foram verdadeiros heróis — mas sem capas, só com coragem e trajes improvisados.
Emily Watson, como Ulana Khomyuk (personagem composta para representar vários cientistas reais), é o retrato da persistência. Ela é aquela voz que ninguém quer ouvir, mas que salva o mundo em silêncio.
O roteiro não economiza nas emoções. Cada cena dentro do hospital é um soco no estômago — e um lembrete de como o heroísmo às vezes nasce do desespero.
Super 8 aqui teve que pausar o episódio pra respirar fundo. É pesado, é real, e é brilhantemente humano.
cena-do-hospital.jpg – Onde o drama humano se mistura à dor invisível
3. A recriação perfeita do inferno
Filmada entre Lituânia e Ucrânia, a produção reconstruiu Pripyat com um realismo assustador. Cada prédio, uniforme e partícula de poeira parece saída de 1986.
O design de produção e a fotografia fazem o espectador se sentir lá, respirando aquele ar pesado — sem precisar de um contador Geiger pra saber que deu ruim.
O episódio do telhado, com os “biorrobôs” limpando destroços radioativos, é um dos momentos mais intensos da televisão moderna. É o tipo de cena que gruda na retina e não sai tão cedo.
Aliás, se você achava que o medo vinha só de monstros ou fantasmas, espere até ver o inimigo invisível: a radiação.
O momento mais tenso da série, onde até o ar parecia mortal
4. Legado e impacto cultural
Chernobyl não é só uma série — é um lembrete histórico travestido de drama. A produção conquistou 10 prêmios Emmy, incluindo Melhor Minissérie e Direção. Nada mal pra algo que nasceu do caos.
Além do sucesso crítico, reacendeu o interesse mundial sobre segurança nuclear e ética científica. Sim, a ficção serviu pra acordar o mundo — de novo.
Super 8 aqui confessa: depois de assistir, até o micro-ondas pareceu suspeito. Mas o mérito da HBO foi justamente esse — transformar medo em reflexão.
E no fim, o que aprendemos? Que a verdade pode ser dolorosa, mas esconder um desastre é ainda mais mortal.
📝 Artigo escrito por Rodrigo Pontes
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