Humanos primitivos usavam ferramentas pequenas para abater elefantes e transformavam seus ossos em ferramentas maiores
Durante períodos mais quentes do Pleistoceno Médio, humanos primitivos na Itália utilizavam ferramentas pequenas para abater elefantes e transformavam seus ossos em ferramentas maiores. Essa prática foi identificada no sítio arqueológico de Casal Lumbroso, próximo a Roma, datando de aproximadamente 404.000 anos atrás.
Os pesquisadores identificaram mais de 300 restos esqueléticos de um único elefante de presas retas, Palaeoloxodon, juntamente com mais de 500 ferramentas de pedra. Vários dos ossos exibem fraturas recentes associadas a marcas de impacto, indicando o uso de força contundente para criar as fraturas.
Essa evidência sugere que os humanos primitivos não apenas caçavam elefantes para consumo alimentar, mas também utilizavam suas partes para a fabricação de ferramentas, demonstrando uma adaptação avançada ao ambiente e aproveitamento completo dos recursos disponíveis.
Uso de Ferramentas Pequenas para Abate
A análise dos restos ósseos revelou fraturas recentes, indicando que os humanos primitivos utilizavam ferramentas pequenas para abater os elefantes. Essas ferramentas, com menos de 30 mm de tamanho, eram eficazes para cortar tecidos moles, como tendões e músculos, facilitando o processo de abate.
O uso de ferramentas pequenas pode ter sido uma estratégia adaptativa devido à disponibilidade limitada de pedras grandes na região. Além disso, essas ferramentas permitiam um controle mais preciso durante o processo de abate, minimizando danos às partes valiosas do animal.
Essa abordagem reflete uma compreensão avançada das técnicas de caça e processamento de animais, evidenciando a sofisticação das práticas dos humanos primitivos na época.
Transformação de Ossos em Ferramentas Maiores
Após o abate, os humanos primitivos modificavam os ossos dos elefantes para criar ferramentas maiores. Alguns ossos foram intencionalmente quebrados e moldados para servir como ferramentas, como machados ou bastões, utilizados em tarefas como corte de madeira ou defesa.
Essa prática demonstra uma utilização eficiente dos recursos disponíveis, aproveitando ao máximo as partes do elefante para atender às necessidades humanas. A transformação de ossos em ferramentas também indica um nível avançado de habilidade e conhecimento técnico por parte dos humanos primitivos.
Além disso, a reutilização de ossos como ferramentas reflete uma mentalidade ecológica, onde nada era desperdiçado, e cada parte do animal era aproveitada de forma funcional.
Implicações Culturais e Sociais
O uso de ferramentas pequenas para abate e a transformação de ossos em ferramentas maiores sugerem uma organização social complexa entre os humanos primitivos. A necessidade de cooperação para caçar e processar grandes animais como os elefantes indica uma estrutura social cooperativa e planejamento coletivo.
Além disso, a transmissão de conhecimentos sobre a fabricação e uso de ferramentas pode ter sido parte integrante da cultura desses grupos, passando de geração em geração. Essa transmissão de conhecimento técnico é fundamental para o desenvolvimento cultural e tecnológico das sociedades humanas ao longo do tempo.
Essas práticas culturais e sociais refletem a adaptabilidade e inovação dos humanos primitivos, que souberam utilizar os recursos naturais de maneira eficiente e sustentável.
Conclusão
O estudo do sítio de Casal Lumbroso oferece uma visão detalhada das práticas de subsistência dos humanos primitivos na Itália durante o Pleistoceno Médio. O uso de ferramentas pequenas para abate e a transformação de ossos em ferramentas maiores demonstram uma adaptação avançada ao ambiente e uma utilização eficiente dos recursos disponíveis.
Essas descobertas ampliam nosso entendimento sobre as habilidades técnicas e organizacionais dos primeiros humanos, destacando sua capacidade de inovar e se adaptar às condições ambientais da época.
Texto por Rodrigo Pontes. Fonte do artigo: Phys.org.







